O casamento é um edifício que deve ser reconstruído todos os dias. André Maurois
“Põe-me como selo sobre o teu coração, e como selo sobre o teu braço, porque o amor é forte como a morte, e duro como a sepultura o ciúme; as suas brasas são brasas de fogo, são veementes labaredas. As muitas águas não poderiam apagar o amor, nem os rios afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens da sua casa pelo amor, seria de todo desprezado”. (Cantares de Salomão 8.6,7)
Quem se casa decide escrever uma história de amor a dois.
Todos escreverão uma história, seja ela como for. O grande desafio está em escrever uma história que seja digna de ser contada e, depois disso, que nossos filhos e netos tenham orgulho em poder recontá-la para as pessoas do seu convívio. Por isso, não basta compor uma história; é preciso compor uma história que seja digna de ser compartilhada, de ser contada pela geração seguinte.
A história de amor que minha esposa e eu estamos escrevendo já conta que nasceram três filhos, que são o Douglas, a Letícia e o Pedro. Recentemente, entrou em nossa história mais uma personagem, a Luísa, a nossa netinha, que é um presente maravilhoso de Deus para a nossa família e um elemento a mais em nossa fantástica história de amor.
Meu pai e minha mãe compuseram a sua história de amor. Meu sogro e a minha sogra também compuseram a sua história de amor. Minha esposa e eu estamos escrevendo a nossa história de amor. Meu filho Douglas começou a escrever a sua história de amor com a Valéria recentemente, como também minha filha Letícia começou a sua história de amor com o Felipe.
Nós não podemos ser negligentes no fazer esse trabalho, pois precisamos escrever uma história a qual nossos filhos terão orgulho de compartilhar com outras pessoas no futuro.
Constantemente vejo pessoas na mídia falando sobre casamento. E quem são essas pessoas? São aquelas que já contabilizam três, quatro casamentos no seu lamentável currículo. Casaram-se cinco vezes, falharam em todas, mas insistem em dar palpites e conselhos a seus ouvintes sobre como eles devem conduzir a história de sua vida. Um dos consultores que vejo na televisão é psicólogo, outro é sociólogo, outro ainda é psiquiatra… mas não são bons contadores de uma história de amor que valha a pena ser contada.
O casamento precisa ser orientado pela perspectiva de quem o criou, Deus. Precisamos pensar o casamento a partir de sua perspectiva original. Em Gênesis 2.22, lemos:
Com a costela que havia tirado do homem, o Senhor Deus fez uma mulher e a levou até ele.
Que resposta devemos dar à pergunta: “O que é o casamento do ponto de vista cristão?” Formulei uma resposta que penso condensar e contemplar apropriadamente vários aspectos envolvidos nesta questão:
Casamento, do ponto de vista cristão, é uma relação amorosa entre um homem e uma mulher que, sob orientação e direção de Deus, manifestam publicamente o desejo de pertencerem um ao outro até que a morte os separe.
O casamento não é uma invenção cristã. Ele vem desde muito tempo antes do cristianismo existir. O casamento originou-se na mente e no coração de Deus como a primeira instituição para ser realizada entre os seres humanos. Sua ordem foi estabelecida no paraíso.
Por isso, o casamento tem uma natureza que lhe é própria, peculiar. E qual é a natureza do casamento? Lemos no livro de Malaquias 2.14:
E perguntais por quê? Porque o Senhor foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade.
Casamento é um relacionamento pactual entre dois cônjuges e Deus. Deus, marido e esposa formam um pacto. Primeiramente, esse pacto tem uma essência sagrada, pois Deus foi testemunha na sua realização. Deus foi invocado na celebração desse pacto que aconteceu em resposta à própria determinação divina, a fim de preservar a raça humana. Essa é uma das claras finalidades do casamento: a preservação da raça. Não é a única, mas é uma das finalidades fundamentais.
Sem o casamento heterossexual não haveria continuidade da raça humana. Há muita discussão em nossos dias sobre a legalização das uniões homoafetivas, incluindo uma discussão jurídica sobre heranças e bens adquiridos conjuntamente. Este é um dos muitos aspectos da questão, que não cabe a nós discutir aqui. No entanto, não podemos deixar de tocar no tema e adverti-lo, caro leitor, sobre o ponto de tensão existente nessa questão. Acabar com as relações matrimoniais normais, heterossexuais, ou pregar contra elas (como tem sido feito), é decretar a extinção da própria raça humana. Esse é um dos motivos pelos quais aprendemos na Palavra de Deus que um homem deve casar-se com uma mulher. E é isso o que promovemos por meio do pacto instituído pelo Senhor.
A presença de Deus na celebração de um pacto – qualquer que seja o pacto e aqui, em especial, o casamento – traz um peso de sacralidade. O casamento é uma instituição sagrada porque é realizado tendo o Senhor por testemunha e, ao mesmo tempo, como uma das partes que integram a aliança. Sendo o Senhor um Deus santo, é natural que esse caráter seja transferido para o casamento. E a sacralidade no casamento, ou seja, o seu aspecto íntimo, o leito sem mácula, aquele ambiente privado, separado das misturas propostas hoje em dia, precisa ser recuperada por todo aquele que quer escrever uma história feliz.
Há muitas histórias sendo escritas. Lamentavelmente, nem todas terão um final feliz. Há histórias de todo tipo, mas o seu interesse é na melhor história. Por isso, dê atenção à presença de Deus no seu casamento. Os modelos populares para o casamento, os modelos da moda, os das revistas e sites, os dos “consultores” em programas de televisão não são receitas infalíveis nem indicadas para quem estabeleceu um pacto com Deus.
No capítulo seguinte, exploraremos mais características de um pacto e com isso, pouco a pouco, você conhecerá mais sobre esse tema tão palpitante.
Devemos acrescentar, ainda, o texto de Gênesis 2.24,25: “Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne. O homem e sua mulher viviam nus, e não sentiam vergonha.” N.E.
Pr. Josué Gonçalves
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